terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Foi - se.



Ele é um perfeito idiota, que só fala

idiotices.


Ele não nega e nem renega o

prazer.


Ele precisa falar, mas ele 

escreve.


Nem romântico sabe

ser.


Ah, mas um dia foi. 


Foi tudo o que não se pode

ser.


Foi meu amor

traiçoeiro.


Foi meu amigo

da onça.


Foi o momento mais esperado do

dia.




Mas já foi.
                                                             babaca. 

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Monotonia / parte I

O cursor pisca.

Pressiono < e s p a ç o >  e ele  c
                                   a
                                    m
                                     i
                                      n
                                       h
                                        a   em seu tempo


da esquerda
                                         para a direita.




Eu o invejo. 

Não há um caminho. Não há um tempo e nem um propósito. 


          Pareço um cursor estático...


 


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

- Às vezes quando você perde, você ganha -


Era dia de nascer.

                   Ou melhor:    M
                                 O
                                 R
                                 R
                                 E
                                 R

• • • • • •
 • • • • •      E 
                   f o i   . . .      • • • • • •
                                       • • • • •
                                        • • • •



Por pouco, 
Perdendo o ar...
                      Perdeu seu amor na A O R T A.


     Não aceitou a rejeição.
     Pediu perdão.


                    Levou um grande NÃO.


                           E não compreendeu!!!


   Sim, ela teve que morrer. Ela pediu. Toda noite pedia...

"Não tenho mais o que fazer aqui..." - sempre sussurrava. 

         

       Um dia Deus quis fazer sua vontade. Coitada.



                      Morreu por uma madrugada. Ou mais.

Não viu os fogos da Virada do Ano, mas aprendeu libras por uma manhã. 

      ... Longa Manhã ...

                            Não se sabe as horas em um hospital.
                            E ela se perguntava o por quê
                            Da ausência
                            Do relógio.

  Sentia falta do tic tac. 
                      
   Depois compreendeu que não era música para seus ouvidos
             A Hora Passar. Devagar. Vagando. Como a...

                            SHIIIUUUUU!!!


 Chegando ao aniversário de um ano, ela reflete:

"Como Deus é bom! Ele me fez compreender que a vida é muito mais que um não, mais que uma ou duas e até três máscaras de oxigênio. Mais que olhos inchados. A vida é pura Arte de saber V I V E R ."


                         Ela continua aprendendo
                         Discutindo com si mesma...

        ...Pois ela sabe
                         Que de tanto sussurrar, Deus ouviu. Se agora continuar a pedir baixinho a questão de um carinho... Pedir como pedia o mal por si só. Persistir no bem ao próximo, por quê Deus não daria esse presente a ela?

   E agradece.
               Ao agradecer se emociona.
   Reza.
   Inspira.
   Respira.

                     Mal acredita! 

     "Estou Viva!!" - Pode parecer engraçado quando não se morreu por "algum tempo" - Hoje ela sabe!


"E se te rejeitarem, filha?" - Pergunta-lhe a consciência.
(Inspira profundamente e responde a essa senhora desagradável):

                     Que se DANE!! 

     E cai numa risada sem fim!! Ela aprendeu, finalmente, a não perder essa mania de rir de si mesma!!

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Outro Você



Você,
O Vício,
O Princípio,
O Recomeço.

Você,
O Veneno,
A Cachaça,
O Beco.

Você,
A Obsessão contrária,

A Distração propósita!
A minha raiva,
A minha angústia,
A minha imaginação.

Embriago-me em meus sonhos,

Enlouqueço-me sobre o desejo,
Este que não cumpri,
De então,
TÊ-LO.



Pati Hipólito
(follow me on Twiter
@patihipolito )

Eu

Ser o que se é.
Sonhar como amar.
Amar sem moderar.
Apaixonar-se repetidamente!



Sou o  o
p
o
s
t
o

de

.sodot


Quem poderia me compreender?


Eu. Comigo mesma. Só. 
Um nó!

Um vôo cego sem tamanho.


Uma rasteira?
Uma lição?

E qual a R A Z Ã O?        


Não sei. Não saberei. Jamais.


Sei que sou um sorriso secreto, uma lembrança sem fim. 


Questiono-me
Sem imaginar e planejar
Qual será a sentença?

Não há!

E mesmo assim...


Continuo a questionar-me.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

A Vida e a Volta





Elsa está a pensar na vida. Seus olhos vidrados na vista de sua janela, onde a vista só era vista, mais nada. Em sua frente enormes arranha-céus, pouco verde perdido no meio de paralelepípedos. Por quê? Ela se perguntava. Por que o homem fez isso com minha cidade?
Elsa Barbara, seu nome de nascença. Bauruense com orgulho, mas viveu grande parte de sua vida em uma cidade metropolitana de São Paulo: Santo André. Hoje, a cidade é conhecida por suas multas, não por seus artistas, pela música ou pelo movimento punk. Santo André virou uma miniatura de São Paulo e Dona Elsa não acreditava no que via e no que lembrava. Talvez, o mais doloroso em seu coração era o fato de seu falecido esposo, João, ter feito parte de toda aquela história que ela avistava. Seu João foi um grande engenheiro e tinha sociedade com arquitetos. O finado fez seu dinheiro, da lama ao caos, pois não soube administrá-lo. Quando casados, João saía com seus amigos após o expediente e, não era de bom tom que a esposa ficasse especulando sobre a vida de seu marido, já que a grande resposta sempre foi a de que ele colocava comida dentro de casa. Então Elsa vivia calada, cuidando da casa, dos filhos e da janta! Mas raramente João jantava em casa. Ele manteve alguns romances com garotas de programa e secretárias de seu negócio. Talvez por isso que ele trocara tanto de secretária… Pensava Elsa.
E relembrava quando levava seus filhos para passear no parque, de árvores grandes, cheia de verde. Margaridas por todo o canto e portões baixos. Ah, os portões baixos… Não existia esse perigo de hoje em dia. As vizinhas eram suas melhores amigas e ficavam a trocar palavras enquanto o feijão cozia, na frente de seu portão, baixo. (estava a refletir…) João era um homem ocupado… Nunca teve tempo para nossa família… E nos deixou sem dinheiro algum. Morreu e me largou assim, de vez, pois quando vivo pelo menos ele existia em minha vida, não que fosse presente ou amável, mas existia. Agora, virou pó. Meus filhos, todos criados com boa educação, pois tenho a plena certeza de que isso eu fiz, ah, de alguém contradizer-me. Sabe Joana, o que mais me dói não são apenas as lembranças de nossa cidade, dos meus filhos pequenos, de João e até mesmo de suas “puladas de cerca”, mas minha maior saudade é a de viver, pois hoje eu só existo. E, pior, terminarei como João. Tudo a minha volta lembra o finado, que Deus o tenha… Esses prédios, a arquitetura da faculdade principal, algumas casas… Meus filhos continuaram suas obras. O Gabriel virou arquiteto e a Luciana engenheira… Acabaram com a herança do pai investindo no mercado imobiliário. A falência, todos! Mas o que me dói mesmo Joana é o fato de que só existo e não vivo. Vivo nas lembranças que João deixara a frente dessa janela, mas não vivo como eu gostaria e, sabe o que mais? Você é minha melhor amiga, Joana! – e Joana se expressou pela primeira vez naquele dia: Dona Elsa, fico muito contente e ressalto que a senhora também é uma grande amiga minha, mas minha cara, está na hora de deitar. E lá, Elsa Bárbara se foi. Mal sabia que aquela janela era sua última janela da vida. Foi se juntar a João. Quando se deitara com a ajuda de Joana, sorriu. De uma forma como jamais havia sorrido antes para sua amiga. Fechou os olhos e descansou, para sempre. E Joana não sabia. Havia perdido sua grande amiga.
Hoje, Joana olha pela mesma janela, já se passara trinta anos e, ela está a relembrar aquele dia, aquele cinza que hoje tomou conta da cidade e quase não há verde. Joana se encontra no mesmo quarto que Dona Elsa. Naquela época, Joana era enfermeira de um asilo da cidade, hoje está sobre cuidados de Helena e teme o momento de Helena a convidará a deitar.






Esse texto foi escrito para o MobFiction. Segue link: http://mobfiction.mobground.net/2013/08/06/a-vida-e-a-volta//

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Adeus Ano Velho!

Enfim, 
Seja Bem Vindo 2015!

Quase não viro o ano. Muitos dirão que é exagero, mas não. E mesmo que digam, renasci!


Dia 30/12/2014 - Encontro com as amigas /  manicure a tarde.


Tudo combinado no grupo do whatsapp - noite do pijama do clube das luluzinhas (amigas há 13 anos, total de 4 meninas e cada uma seguiu um caminho, então desde nossa "separação" do ensino médio tentamos nos reunir anualmente.). Comecei a dar um jeitinho no meu quarto e um cansaço estranho. Ué, não estava fazendo esforços. Logo, falta de ar, dor de cabeça forte e sonolência. Avisei as meninas que eu daria um pulo no pronto socorro, já que há 4 dias eu estava tratando a garganta!

Quando chego na Beneficência Portuguesa, surpresa: "Não atendemos mais seu convênio e não fazemos particular!" - Aquilo me deu uma raiva... E lá veio meu pai e lançou um cheque na mocinha, a alertou que eu estava passando mal e finalizou com "Já ouviu falar em omissão de socorro?" - fui direto para a emergência e minha saturação (oxigênio) estava entre 73 - Extremamente baixo. Perigo. Boca roxa e pálida.
Vamos as máscaras, sono, exames e nada! O que seria? Começaram a desconfiar de TEP ( tromboembolismo pulmonar). Experimentei a tal da VNI (Ventilação Mecânica Não Invasiva) - boa para expandir o pulmão. Forte! Logo fui transferida para a UTI do Hospital ABC de SBC. Foi legal, mas estavam me mantendo viva, até que chegou uma Dra. Porreta japonesa que disse "Patrícia, vamos precisar te entubar!" - meu mundo caiu! Isso porque eu tinha brincado no primeiro dia de UTI que se entubar dormia, podiam me entubar! O médico disse para não desejar aquilo, a enfermeira já lançou "Cuidado que a palavra tem poder!" - esse era meu segundo dia naquela UTI, o terceiro turno, virada de ano. 
Sei que antes de ser sedada tirei muitas lágrimas de uma galera lá! Chorei e orei muito! Mas vou contar a verdade: agradeci muito a Deus e a todo o Universo pela vida linda e a família maravilhosa que até aquele momento eu estava "vivendo".  Juro, lembrei de um pessoal que me arranca sorrisos e gargalhadas! Melhor não citar nomes, pois posso esquecer de algum... Anti ético também! rs...
Agradeci e parabenizei toda equipe e nos preparamos para meu sono da virada que podia durar de 3 a 7 dias (palavras da japa). 
Dormi.
Nesse meio tempo fiquei sabendo de uma história um tanto hilária! Eu, em coma induzido e meu pai a discutir com a médica que viu meu quadro piorar e pediu minha transferência para o TotalCor, disse que teria mais recursos dos quais lá não tinham e eu necessitava. Entretanto, na virada do ano passar pela Av. Paulista, e agora? Sei que discutiram, ela argumentava, ele teimava, até que ela disse "Bom, o que eu pude fazer está feito. A filha é sua e o que acontecer com ela agora é sua responsabilidade!" - Um chute no saco! E lá vamos nós, 130km/h. Nem vi nada! Segundo meu pai, fui escoltada na Paulista e chegamos ao hospital na contra mão! 
Acordei logo pela manhã! Entubada, queria conversar, então escrevia! Tirei até uma selfie com a Elizangela, a fisioterapeuta! A galera da UTI fantástica e só risada e saudade daquele pessoal querido! Sorriso nos olhos só de lembrar dessa cambada!! Nessa brincadeira encontrei a Sheila, uma amada que foi minha vizinha há muitos anos atrás!! E são nesses momentos que percebemos quem está conosco de verdade! 
Enfim, foram 3 dias de UTI por aqui e hoje talvez seja meu último dia no quarto! Só não recebi alta porque meu sangue não afinou o necessário para eu sair do hospital!

Ó, disseram que foi milagre. Embolia pulmonar afetou o coração. Parece que a coisa foi feia! E eu tô com uma saudade de um pessoal... Ô amados, apesar dos hematomas nos braços, logo estarei entre vocês e vamos festejar!!


Obs:. Isso foi um resumo! 


Beijos da Pati.